segunda-feira, 22 de junho de 2009

Da bola



Confesso que fiquei surpreendido e de certa maneira chocado, com as recentes notícias sobre a hipotética mas logo confirmada transferência de Cristiano Ronaldo de Manchester para Madrid.
É claro que percebo a posição do 'puto maravilha' em querer ganhar cada vez mais do belo; não entendo é que seja razoável nestes tempos económicamente tumultuosos, haja gente e/ou entidades que falem de milhões como se de tostões se tratasse; certo que o livre comércio mais a livre concorrência serão cada vez mais honestos quanto mais livres forem e, os melhores nos melhores sítios é em resumo aquilo que sempre se passou, passa e passará; perdoem-me se pareço moralista em demasia mas aqueles números, no mínimo não deveriam ser permitidos serem anunciados ou sequer publicados; porque a moral assim deveria obrigar e a decência não deveria permitir que da forma como as coisas andam fosse possível falarmos de de valores completamente inimagináveis para qualquer de um comum mortal.


Falar-se de diáriamente ganha aquilo que o nosso Presidente da República ganha em 2 meses e meio, é seguramente uma afronta para todos os que nesta fase continuam a ter de levantar-se às 6 da matina para entrarem na sua fábrica, sem que haja o garante de no final do mês receberem aquilo a que têm direito ou eventualmente se essa mesma unidade fabril não encerrará as suas portas a qualquer momento, atirando mais umas dezenas ou centenas de desgraçados para o famigerado fundo de desemprego (que diga-se, neste país também é habitualmente para gente com idades superiores aos 40 anos, o último ordenado...).


Nada tenho contra a ambição pessoal do rapaz; tenho é tudo contra aquilo que depois se passará, nomeadamente ao nível da tributação fiscal - ou não, de dependendo sempre do off-shore escolhido... - E não preciso de dizer como andam as coisas por cá a este nível...

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