quarta-feira, 22 de julho de 2009

Andar na Lua


No passado dia 20, comemoraram-se 40 anos que o Homem pisou a Lua pela primeira vez. O assunto ganha um relevo especial, se nos lembrarmos que não foram assim tantos os que tiveram este raro previlégio - apenas 12 e todos cidadãos norte-americanos; porém nos dias que correm, este feito extraordinário é relegado para segundo plano, quando se coloca objectivamente e duma forma quase garantida que o próximo passo a ser dado será já no planeta Marte.
Mas da Lua, guardo comigo estranhamente a recordação de ter assistido à transmissão televisiva, em casa com os meus pais numa longa maratona, apesar dos meus tenros 5 anos; guardo também a voz do comentador da RTP que acompanhou o acontecimento, cujo nome nunca mais esqueci: José Mensurado.
Depois de larguíssimos anos sem saber nada dele, revi este homem precisamente no dia 20 dando uma breve entrevista num serviço noticioso na SIC; está quase igual excepto a caz que apresenta, fruto dos anos entretanto decorridos e que implacávelmente o tempo aplica como regra irreversível.
Ao longo dos anos continuo sem saber a razão certa pela qual a minha memória guardou tais imagens e sons, com uma absoluta nitidez que dificilmente consigo explicar por palavras.
A mente humana é de facto uma máquina fantástica.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Políticos, Democracia, Benfica e Dr. António

Realizou-se na passada sexta feira dia 03 de Julho, o IV congresso da SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, cujo lema era "A qualidade da Democracia e o Pós-crise".
Porque se trata de um associação cívica e de reflexão sobre os mais actuais e diversos temas, escutei com particular atenção os resultados de um estudo encomendado por este organismo e que, visava avaliar como nós portugueses vivemos e sentimos esta nossa pobre democracia; pois bem, as conclusões foram as que se previam e que em nada me admiram: anda mal e não se recomenda. Com se ainda fosse necessário confirmar, a população em geral está desagradada com a qualidade desta democracia, culpablizando em particular os seus principais intervenientes: os políticos - não a política de uma forma generalizada.
O ramalhete ainda ficou mais composto, quando 1 ministro (???) se tornou em ex num curto espaço de tempo, quando em plena AR gesticulou para um deputado informando-o que no próximo aniversário lhe iria ofertar um magnífico "chapéu de osso"...
Depois é óbvio que temos de ter resultados de abstenção como os que ocorreram em 07 de Junho ou piores ainda...
Nem de propósito no mesmo dia, realizaram-se eleições no S.L. Benfica, onde e independentemente dos créditos e méritos de quem está à sua frente, houve também alguma falta de cultura democrática, ao ponto de 1 dos candidatos ter de entrar no espaço destinado à votação, por uma porta lateral e escoltado por agentes da P.S.P. à paisana, elementos do C.I. e ainda por mais 4 seguranças pessoais; isto foi dito e não desmentido por ninguém.
Como diria uma personagem da nossa praça "não havia necessidade...".
Mas isto não é senão um (mais um) reflexo dos tempos em que vivemos onde a tolerância e o livre direito de opinião (e liberdade de expressão!!!), apenas são meros vocábulos que fazem parte (ainda...) dos dicionários de língua portuguesa.
A conclusão a que já havia chegado há muito e que a cada dia que passa mais confirmo, é que estamos mesmo no fundo e que passados 35 anos as coisas continuam na mesma; vigarice, malandrice e compadrio tal qual como antes, com a diferença que agora existe impunidade. Pelo menos no antigamente, o Dr. António tinha a coragem de castigar e/ou afastar os poucos que por vezes mijavam fora do penico...
Agora a reprimenda passa pela colocação noutro lugar público (vindo de outro, claro) ou nalguma empresa onde haja participação estatal.
Estamos mal.