quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Mourinho

E hoje o dia é dele. Parabéns José Mourinho. 48 anos, dos quais os últimos 10 foi sempre a ganhar! Mas não esqueço a passagem na época de 1990-91 pelo meu clube de coração (como adjunto, é certo) e descemos de divisão...
A continuação do seu sucesso, alimenta o nosso enfraquecido ego.
Obrigado por tudo aquilo que nos tem dado.

Os 69 do Eusébio

Ontem 25, o King fez anos. Dia de festa para os benfiquistas em particular mas para os portugueses em geral. Eusébio é nosso, de todos. Saúdo-o, cumprimentando-o respeitosamente. Merece enquanto vivo, todas (e mais algumas) as homenagens e deferências. Não entendo porque é que tinha que ser logo neste ano, o do 69... Podia ter-se esperado mais um ano e arredondava-se o número; mas não, toca a vexar o Pantera Negra, ele que já é castigado diariamente e aos anos na personificação da estátua que tem no estádio do seu clube – também podia ser numa área coberta mas não, ao sol e à chuva é que estás bem…
Mas merece, claro. Por tudo o que fez pelo seu clube e pela Selecção Nacional. Um abraço e continue a contá-los, de preferência comigo a saudá-lo.
Só não estou de acordo que um serviço dito Público, ocupe o horário nobre da noite para transmitir um programa que diz respeito principalmente a uma parte da população. A bem da equidade, a RTP ficou com o rabo preso... E eu mudei de canal.

Epílogo

E pronto. Estava mesmo à espera disto. Lamento ter de voltar à coisa mas sinto-me ofendido na minha cidadania, pelo atestado de menoridade passado de forma pública ainda por cima, a mim e a todos os portugueses. O titular da pasta responsável pelo sarrabulho das eleições, foi à Comissão Parlamentar apresentar desculpas. Eu aceito-as mas só enquanto ser; afinal errare humanum est; agora enquanto Ministro, santa paciência! Já não há cú que o aguente, porra. Vá-se embora de uma vez por todas. Nós é que somos todos tarados e temos a mania da perseguição? Neste dia tão especial para si (por ser tão triste), merece por inteiro esta minha condecoração.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A ressaca

Podia perfeitamente ser o título de um filme (que vi recentemente) mas esta ressaca tem efeitos mais nocivos para todos. Em Julho de 2009 neste mesmo espaço, fiz referência à qualidade e ao estado da democracia - desta democracia - e, chamei a atenção para o desencanto que se tinha apoderado das pessoas em relação à classe política que nos governa, cuja qualidade também é mais que questionável.
Passado um ano e meio e pouca coisa mudou; a mudança aliás foi para pior, com o aparecimento de mais escândalos de diversos tipos, envolvenvdo sempre e precisamente a mesma classe. E neste aspecto não há volta a dar: eles são assim e já não mudam. Nada de novo ou que me surpreenda.
Mas a questão do valor da abstenção que estas eleições apresentam de 53,37%, correspondentes a mais de 5.100.000 de eleitores (mais de cinco milhões e cem mil!), terá de levar forçosamente a CNE a declarar como grandes vencedores aqueles que não acreditam, não confiam e não ligam peva a estas coisas; dito de uma forma bem portuguesa, ganharam todos os que de uma forma ou doutra estão a cagar-se para este assunto. E a isto juntemos ainda os brancos (4,26% e mais de 190.000 votos) e os nulos (1,93% e cerca de 86.000 votos), e obteremos uns magníficos totais de 59,56% e 5.417.428 de pessoas que podem reclamar esta vitória como sua esta.
Se atendermos aos números recentes, a conclusão é simples: tem havido uma evolução crescente nestes números: em 2006 para as Presidenciais o número foi de 40,31% e nas Legislativas em 2009 foi igual 43,41%; acresce que, nestes números estão também incluidos os votos brancos e nulos, com a particularidade de se verificar também nestes dois casos um progressivo aumento.
E eu pergunto: será que aqueles tipos não entendem isto? Serão precisos ainda mais sinais? Se sim, quais?
É claro que há crise e as pessoas ficam descontentes sempre que lhes mexem nos bolsos mas o factor principal é que os portugueses estão fartos deles, dos mesmos; dos que governam num dia, são oposição no dia seguinte e noutro dia qualquer vão "sentar o cú no mocho", porque desviaram, favoreceram, influenciaram, enfim roubaram.
E como faltava um toque de Carnaval à coisa, ainda houve tempo para o caricato deslocamento de eleitores de uma para outra Assembleia de Voto via Cartão de Cidadão sendo alguns nem assim puderam votar; à boa maneira Tuga, a CNE apressou-se a justificar o sucedido, sacudindo a água do seu capote, através de um comunicado (Comunicado do CNE) emitido já no dia de hoje passando a bola para a DGAI que ao que parece está metida num caldinho pois o Engº está piurso com os resultados e acha que com os votos dos impedidos podia ter levado ao colo o seu candidato a uma 2ª volta...
E assim continua a nossa vidinha merdosa.

sábado, 22 de janeiro de 2011

O País (?)

A dois dias de uma eleição Presidencial e já (quase) em período de reflexão, dou comigo a pensar acerca de uma notícia que ouvi hoje no Telejornal das 13.00 h na RTP 1 e que dá conta de uma situação aberrante (no mínimo) e que põe em causa o que de facto somos e queremos enquanto Nação.

Desde que o Ministério da Saúde ou algum dos iluminados a que ele pertence ou pertenceu, decidiu encerrar a maternidade do Hospital de Elvas em 2006, nasceram mais de 1000 crianças em...Badajoz! Até poderia entender isto se esta questão fosse simplesmente uma opção dos pais; mas não é. As opções existentes ficam bastante mais longe e como tal, os pais não têm outra alternativa senão terem de recorrer a Espanha por ser mais perto… ou então temos os “filhos das ambulâncias” ou “das Auto-estradas”.

O caricato desta situação é que o Estado português paga ao Reino de Espanha 1.800,00€ por cada nascimento! Agora as contas: 1.800,00 x 1000 = 1.800.000,00€ (verdade: um milhão e oitocentos mil euro).

Estes números levam-nos a outros; durante estes 4 anos passados houve em média naquela região, 20 nascimentos mensais, com um custo total para esses intervalos de tempo de 36.000,00€.

Pergunto se seria ou não suficiente para manter esses serviços em funcionamento e, para que não corrêssemos o risco de num futuro próximo assistirmos a um diálogo hilariante, onde o filho pergunta aos pais porque razão teve de nascer do outro lado da fronteira; dou duas alternativas de resposta:

1 – Deixou de ser permitido nascer no Alto Alentejo (sem ser em ambulâncias);

2 – Está na moda ser alentejano…de Espanha.

Que País (?) é este a 48 horas de um acto eleitoral?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Fatalidades

Começou - finalmente - a chover. Tempos estranhos estes que atravessamos, quando passado o meio do mês de Outubro, ainda tivemos dias de autêntico Verão.
Mas a época, esta época, é a das primeiras chuvas e por isso nada de anormal; anormalidade é esta nossa tão característica maneira de ser português: choveu, parece que tudo nos vai correr mal.
O nacional fatalismo que históricamente nos acompanha, vem sempre ao cimo até na mais elementar alteração climatérica, poder determinado pela omnipotência da Mãe Natureza.
Rostos macambúzios e sorumbáticos, foi o que vi durante todo o dia; porquê? pergunto.
Deveríamos saudar cada dia como se do último se tratasse, aproveitando sempre para fazer algo que ainda nos falte realizar. Para termos algum motivo de preocupação, já basta a irritante irreversabilidade que o tempo nos confronta através do relógio.
Pormenorzitos climatéricos? Não é p'ra mim...
E siga a banda!!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Amigos e amizades

Recentemente, numa rara e ocasional utilização de um transporte público, eram meus companheiros de viagem, uma relativamente jovem mãe com dois rebentos que, não teriam mais de cerca de 10 anos (ele) e 4 ou 5 (ela).
A uma inquietude irritante do rapaz, respondia a garota com um reconfortante sossego e a falsa indiferença da mãe perante aquele quadro; para mim, a prioridade era o jornal desportivo que havia comprado.
Mas a leitura logo ficou para 2º plano, perante o desassossego do gaiato que qual pica-miolos tentava por todas as vias aborrecer a irmã; confesso que, comigo o miúdo à 2ª ou 3ª vez tinha garantida uma latada como forma de acalmar as hostes e colocar tudo nos seus devidos lugares; mau feitio, o meu...
Ainda assim, e perdida a concentração para a leitura, comecei a tomar atenção àquele "filme", onde a mãe - que pachorra - logo decidiu participar de uma forma mais activa; depois de muitas repreensões, resolve tirar da cartola um "...vais ficar de castigo!".
Nada de anormal e que não seja habitual nas relações pais/filhos; agora vou resumir o restante diálogo:
- Quero lá saber...diz o puto;
- No fim de semana não te deixo ver televisão - diz a matriarca;
- Não me importo, brinco com o computador!!! - responde o reguila;
- Mas também não te deixo mexeres nele e não deixo os teus amigos irem brincar lá para casa - adianta a Srª que começa a revelar (pelo tom de voz) algum nervosismo perante "tanta luta";
- Eles não são meus amigos, nem quero amigos; tenho a minha PlayStation! - concluiu secamente o moço.
Esta resposta provocou várias reacções distintas: a mãe sorriu (amareladamente), alguns outros passageiros - eu incluído - achámos mesmo piada e, provavelmente outros entenderam a resposta como um excesso de má educação.
Mas para mim, depois de tudo aquilo, dou comigo a pensar no sentido daquilo que tinha acabado de ouvir: não tenho, nem quero amigos.
Como é que na sua mais profunda ingenuidade, uma criança tem tamanha sabedoria? Sim, porque nos dias de hoje, amigos e amizades têm muito que se lhe digam...